quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Alerta às mamães: mastite e leite empedrado

Como comentei no post sobre amamentação, eu tive mastite logo no primeiro mês de vida da minha filha. E, gente... Não desejo isso nem para a minha pior inimiga!

A mastite é a inflamação (e às vezes até infecção bacteriana) das glândulas e dutos mamários. Pode ser causada por diversos fatores, mas em geral o excesso de leite que não é sugado pelo bebê acaba sendo o fator principal.

No meu caso foi apenas (!!!) uma inflamação e o tratamento com anti-inflamatório por 1 semana foi suficiente, sem necessidade de antibióticos.

Como foi uma experiência muito difícil, vou relatar todos os detalhes do que houve comigo para que vocês possam facilmente identificar o início de uma mastite e não passem por esse problema.

Logo que meu leite desceu eu iniciei uma massagem nas mamas que a pediatra havia ensinado. É uma massagem com os cinco dedos alinhados, como se desenhasse raios de sol em volta do mamilo. Fazia a massagem embaixo do chuveiro, com água morna e realmente percebia que ao massagear (sem muita força) determinados pontos da minha mama era como se apertasse umas bolsinhas e o leite esguichava.

Mas como minha filha era bem pequena e sugava uma quantidade pequena e apenas 1 seio por mamada, minha produção de leite foi excessiva e mesmo após as mamadas a mama continuava cheia.

Por inexperiência, no começo eu não usava a bomba para retirar o excesso de leite (até mesmo porque o tempo é muuuuito curto entre uma mamada e outra e não sobra tempo para quase nada). Resultado: 1 dia após o leite descer eu parecia a Pamela Anderson. Mesmo!

De repente comecei a sentir um incômodo, as mamas duras e doloridas. Falei com a minha ginecologista/obstetra (na madrugada, olha o desespero! Obrigada, Dra. Monica!!!), que me orientou: "Você está com muito leite, mas isso não é mastite, é apenas a apojadura (descida do leite), que é mesmo muito dolorida para algumas mulheres. A massagem suave não será suficiente agora que a sua mama está endurecida. Vá para o chuveiro com água quente e SEM PENA DE VOCÊ use as mãos fechadas para massagear com força das extremidades para a direção do mamilo. Gentemmmm, como doeu! Doeu muito! Mas depois de algum tempo o leite saiu e os dutos estavam desobstruídos (a água quente ajuda).

Mas, como ela disse (e eu só entendi isso depois), eu NÃO estava com mastite. Ainda.

Sempre que sentia que a mama estava dura, repetia com força a massagem embaixo de água quente. Só que em determinado momento esse ingurgitamento da mama virou uma mastite e... eu não percebi. O grande problema é que tudo o que funcionava para a mama cheia de leite NÃO pode ser feito quando se está com mastite porque a água quente piora inflamações e a massagem com força pode machucar ainda mais os dutos inflamados.

De repente comecei a sentir calafrios, dores em todas as articulações do meu corpo (cotovelos, joelhos, dedos das mãos e dos pés) e simplesmente não tinha forças para ficar em pé e muito menos para pegar minha filha no colo. Tive pesadelos que eram praticamente alucinações e ao tirar a temperatura, estava em 39 graus. Uma coisa horrível! Olhei no espelho e havia uma mancha vermelha que mostrava exatamente o duto mamário inflamado. Como demorei para perceber que não era simplesmente um excesso de leite, acabei piorando a situação com água quente durante 2 dias.

Foi então que minha médica me receitou o anti-inflamatório. Eu continuei amamentando (o que é muito importante para que o organismo entenda que não pode parar a produção de leite) e pesquisando com outras mamães descobri que devia fazer o contrário: usar água fria. Parece óbvio agora: tratar inflamação = água fria. Mas nessas horas, estamos tão desnorteadas que nem conseguimos raciocinar.

Fui então para debaixo do chuveiro (aos prantos já) e sentada no chão fiquei debaixo de água fria por uns 40 minutos. Usando as duas mãos eu sacudia a mama para cima e para baixo, depois a torcia nos sentidos horário e anti-horário, e em seguida usava as mãos fechadas para empurrar da extremidade para o mamilo. Depois de muito repetir isso (e como dói, gente...) enfim o leite começou a sair e como estava medicada, em cerca de 3 dias eu já me sentia melhor.

Se você sentir qualquer um desses ou outros sintomas (sim, porque no fundo nós percebemos quando há algo errado), busque logo ajuda e lembre-se NÃO USE ÁGUA QUENTE.

Mas, e o que se deve fazer para evitar a mastite?

Primeira dica: use a bomba de tirar leite desde o primeiro dia em que seu leite descer. Por duas razões:

1 - Se você tiver muito leite, seu filho não dará conta de mamar até sua mama esvaziar completamente e a bomba fará esse papel (use a bomba após as mamadas);

2 - Se você não tiver muito leite, a bomba ajudará a estimular a produção. Muitas vezes o bebê é pequeno (principalmente prematuros) e não tem força para sugar o quanto é necessário para a produção adequada de leite.

A bomba de tirar leite é sua grande aliada! Eu uso todo dia (1 ou 2 vezes por dia) e por isso consigo fazer um bom estoque de leite congelado, o que é fundamental para mamães que trabalham. Além, claro, de manter a sua saúde, esvaziando a mama por completo. O leite que você tirar e congelar pode ser oferecido na mamadeira ao bebê no período de 30 dias. Então coloque a data em que ele foi tirado e congelado.

Esse é o meu estoque:


Existem várias marcas de bomba. Eu uso a da Medela, mas qualquer bomba ajuda (as elétricas são melhores). A bomba manual pode te salvar quando você estiver fora de casa, pois é mais portátil. E se você não tiver bomba, em último caso, faça a ordenha manual. É cansativo, mas ela evitará que você tenha mastite.

Beijos e até o próximo post!

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